sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A esperar

Já faz um tempo que eu sou a mesma
e que o relógio não roda por aqui.
O mundo já parou de girar faz tempo, meu bem
E eu ainda continuo no meu lugar de origem,
aonde nos vimos pela última vez.

Tô sentada nesse banco de praça
esperando o sol se pôr
e vendo meu relógio quebrado ir e vir
um segundo a mais, um a menos...

Sentindo o frio que o sereno vem trazendo,
eu faço do tempo o meu melhor amigo.
Leio um livro
e logo, logo a noite vai cair...

Ah, meu bem
não vamos fingir que não sabemos
o fim dessa história.
Ora lá,
o mundo uma hora volta a girar
e aí eu vou estar bem aqui
e você também.

Nesse banco de praça,
como um casal de cinema.
Com meu relógio que o tempo não passa,
nem para.
Pra gente se enganar um pouco de novo,
até que o mundo pare novamente
e vão todos girar sozinhos,
enquanto eu fico aqui nesse banco,
vendo meu relógio ir e vir,
sentindo o sereno de cada noite,
sendo a mesma a cada hora,
a esperar o começo da nossa história mais uma vez.